domingo, 14 de outubro de 2012

Tecido Ósseo - Osteonecrose


Osteonecrose

A osteonecrose ocorre quando o osso perde a sua vascularização, e o osso morre. A osteonecrose também é conhecida como necrose asséptica, necrose avascular ou necrose isquêmica. 

O que ocorre na osteonecrose?
O osso é uma estrutura vida e quando perde a vascularização o osso morre, as células ósseas morrem. Com a morte dos osteócitos o osso pode ficar mais fraco e colabar ( imagine as colunas de um prédio que começaram a quebrar). 

Como é evolução da osteonecrose?

A osteonecrose óssea é uma doença autolimitada, ou seja, tem começo meio e fim. Progride sempre para a cura. Importante entender que a cura do osso não significa que a região voltae a ser como era antes. Quando dissemos que ela evoluiu para cura queremos dizer que o osso morto será substituído por osso vivo, num processo lento que cura meses ou anos.

Como fica o osso após a cura da osteonecrose?

Durante a evolução da osteonecrose o resultado final depende muito da área do osso que foi afetada. quando a área é pequena o osso não perde a resistência estrutural e não colada. Ocorre cura e não ficam sequelas. Quando á área é grande o osso perde a resistência estrutural e pode afundar, perdendo a sua forma e levando a uma artrose secundária a deformidade óssea.

Osteonecrose na mandíbula.












Como é tratada a osteonecrose?                            
O ponto importante é manter o osso na sua forma original enquanto ocorre o processo se remodelação do osso.

O que é o processo de remodelação óssea?
A remodelação óssea é a substituição do osso necrotico, morto, por osso novo, sadio.

A osteonecrose pode ser tratada com cirurgia?
Sim, existem várias técnicas cirúrgicas para tratar a osteonecrose. O tipo de cirurgia é específico para cada osso do corpo afetado. Por exemplo na cabeça do femur ,nos estágios iniciais podemos realizar uma cirurgia descompressiva e colocar enxerto na região para acelerar o processo. Nos casos mais graves e adiantados pode ser necessário realizar uma prótese de cabeça de fêmur.

Existem outras formas de tratamento?
Sim, como precisamos manter a forma do osso, algumas vezes retiramos o stress da articulação. No caso dos membros inferiores o paciente pode usar um par de muletas e nos casos dos membros superiores evitar as posições que provoquem carga sobre a região do osso afetado.

Quais locais do organismo são mais afetados pela osteonecrose?
A osteonecrose pode acometer virtualmente qualquer osso porém ela é mais comum na cabeça do fémur, cabeça do úmero, osso semilunar na mão, ossos do pé ( navicular, 1 e 2 metatarsianos e Talus) e no Joelho.

Osteonecrose da Cabeça Femoral
 A osteonecrose da cabeça femoral continua a ser um enorme desafio para o cirurgião ortopédico. Trata-se de uma entidade clínica relativamente comum, que não representa uma doença, e sim o resultado da diminuição do fluxo sangüíneo na cabeça femoral, conseqüentemente à atuação de inúmeros fatores causais, e que na maioria dos casos desarranja a arquitetura trabecular, levando ao colapso subcondral e à artrose secundária.           Inicialmente a denominação de necrose asséptica foi utilizada como meio de distingui-la das infecções ósseas. Outros termos encontrados são necrose avascular e osteonecrose da cabeça femoral, atualmente o mais aceito.
Até a segunda metade do século passado muito pouco se conhecia sobre o assunto. A ampliação deste conhecimento se deve ao fato de que o número de casos relatados aumenta a cada ano, chegando a 20 mil novos casos por ano nos EUA. Cerca de 10% de todas as artroplastias totais do quadril são executados em decorrência da ONCF. O sexo masculino é o mais afetado, numa proporção de 4:1; aproximadamente 50% acometem o quadril oposto e a idade média dos pacientes está entre 30 e 50 anos. Em 10% a 20% dos casos não é possível determinar a causa.
Osteonecrose da Cabeça Umeral
A osteonecrose da cabeça do úmero é uma doença incomum e poucos são os relatos na literatura a respeito de sua história natural e seu tratamento os atuais conhecimentos são baseados em estudos prévios sobre a lesão na cabeça do fêmur, local em que essa doença é mais freqüente.
É uma doença que, eventualmente, não causa sintomas incapacitantes, pois o ombro não é uma articulação de carga e pode tolerar melhor as deformidades da superfície articular.
Além disso, os movimentos da cintura escapular não dependem apenas da articulação glenoumeral, mas também das articulações escápulo-torácica, esternoclavicular e acromioclavicular, que trabalham de forma sincrônica.
Por isso, uma eventual sobrecarga na articulação glenoumeral é absorvida por essas outras articulações, havendo melhor distribuição das forças.
Quando sintomática, a queixa desses pacientes é de dor, não localizada, que ocorre mesmo em repouso e tende a aumentar com a atividade, podendo com o decorrer da doença evoluir com limitação do movimento articular.
A osteonecrose irá ocorrer em conseqüência de uma lesão na circulação responsável pela nutrição da cabeça do úmero. As etiologias geralmente relacionadas, quando podem ser determinadas, são: fraturas, luxações do úmero proximal, uso de esteróides, hemoglobinopatias, doença de Gaucher, etilismo crônico.

Quais as causas do osteonecrose?
As causas da osteonecrose não são  completamente conhecidas uma boa percentagem é classificada como idiopática, porém alguns fatores estão associados a uma maior
incidência: uso crónico de corticoide, alguns tipos de anemia, uso cronico de álcool, lesões articulares, alguns tipos de artrite a também alguns tipos de câncer.



É extremamente importante o diagnóstico precoce da osteonecrose, uma vez que os prognósticos são melhores quando a intervenção é feita antes do colapso total da área atingida, pois neste caso, resta apenas a solução de colocação de prótese.

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